Sua escrita pífia é restrita a um lamento piegas de quem se sabe responsável por sua própria existência e que conclui, resoluta, ser ela uma coletânea de grandes desilusões e pequenos fracassos.
Sempre numa busca velada por reconhecimento intelectual, é uma pensadora (do simples ato de processar ideias, mesmo) que tem um talento que se restringe em saber requentar palavras em frases de efeito reformadas por suas péssimas escolhas. Resignada, percebe-se momentaneamente despida de sua mortalha feita de sonhos tímidos e incompetentes, defronte ao seu espelho julgador.
Cínica arrependida, não acredita que haja tempo e busca um pretexto que a distraia dessa certeza tão sincera quanto dura, enquanto sente, por alguns segundos, abençoadamente enganada por uma narrativa mundana espiritualizada disfarçada de (mais uma) chance. Carrega a calma dos desiludidos como escudo e empunha a espada dos sentimentos adormecidos, para afastar os maus espíritos.
Esforçada, empenha-se em crer e fazer crer os que lhe são caros, para sua redenção não literal.
Deseja, resumidamente e acima de tudo, o conforto do bom final, pelo que torce que se demore, para que assista a história fazer sentido, afinal de contas, viver é maravilhoso e um encantador jargão existencial.
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