terça-feira, 29 de junho de 2021

Ei, você !

Ô, menina, que pena ver você ser assim passada pra trás pelo seu próprio espelho. Se achando o centro do mundo do outro, cega, iludida e melancólica. De uma melancolia tão carente de compreensão, que se defende com a agressividade do órfão abandonado. Arrogância disfarçada de autonomia.

Escuta, moça, deixa eu te contar,  prepotência e autossuficiência só têm em comum a tonicidade das palavras. Já o tônus da vida é reconhecer-se interdependente nas relações que cultiva. Dizer-se conectada  e solidária às pessoas pela empatia, desde que estejam longe e não possam te afrontar, te testar e te tirar do eixo, nunca passou apenas de repertório para suas redes sociais. 

Vem cá, mulher, por que não experimenta a paz que mora nos bastidores dos sentimentos mais simples? Na humildade da autocrítica? Na desafetação? Reconhecer-se ser inacabado é sapiência. Produza o que te alimenta a alma, sem se considerar menos capaz por depender da luminosidade alheia. Estamos todos ao redor do sol, ele não mora no seu umbigo. Deixe que essa ideia te aqueça. E pare de queimar a língua.

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