Apropriação indébita. O medo de
me fazer autora do crime, me paralisou. O medo de agir como dona de algo
recebido como numa espécie de empréstimo, e em confiança, me fez desistir. Não acho que tenho nada de relevante a acrescentar.
Nem de original. O que li hoje encerrou minhas explanações, até então suspensas,
sobre o “híbrido da saudade e da expectativa”.
Mas
o desassossego tem agora outra natureza. Preciso expurgar. Um tipo de purificação
de uma doutrina perniciosa que quer rotular e sistematizar sensações, que são, algumas
vezes, pré- sentimentos (conceito também inacabado).
A
novidade é que dessa vez não sinto a necessidade de expor com minúcias, como
que numa súplica para ser compreendida. Hoje, sinto-me aliviada. Que seja um
oásis temporário, não me importo. Tenho aprendido a não tentar controlar o
futuro, atitude mãe de toda ansiedade. A
sensação quase inédita de me perceber de alma desnuda, que é mais do que
simplesmente me fazer entender, é boa demais. Não quero tentar decifrar mais
nada.
Hoje
não.
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