Parecia chumbo. A cabeça, o corpo
todo.
Sim, tinha coragem, tinha vontade,
mas nenhum enredo.
Padecia do que sabia
solução. Era escravizada pela
necessidade que lhe era também alívio. Mas não podia. Estava atrasada demais
pra tudo.
Então se entregou. Adormeceu.
E numa
espécie de impulso onírico despertou e andou até o trampolim.
Deu um, dois e no terceiro salto
se lançou o mais alto que pode. Retesada, rígida, tensa. E quando chegou ao limite
se deixou cair. Uma queda livre. Livre e suave. Não rasgou o ar, se fez dele elemento.
Ignorou o que era permitido
pensar, abstraiu convenções sociais adoecidas, enquanto sentia o estampido seco
de um mergulho. O paradoxo que sempre apreciara. Sentia os braços e as pernas
abrirem caminho na densidade daquelas letras, tantas palavras, tanto drama ! Estranhou
a intimidade de tanta poesia. Editou os contos e atualizou as crônicas mais
atuais.
Até que não pode mais prender a
respiração e veio à tona. E num sorriso lânguido recostou a cabeça na borda
daquele tanque de águas tão claras. Suspirou aliviada! Não havia enxergado
nenhuma certeza.
E tudo isso ao som de Yann Tiersen,
Um comentário:
Meu Deus, então emerge a surpresa do fundo do tanque, sem deixar estancar a velha poesia de outrora...
E Yann Tiersen, que embalou tantas Poulains, agora é trilha par ao pulo, para a água e o retorno!
Será que a certeza é anti -matéria? Será que é um neutrino?
Pauta para o próximo Nobel da paz ou da física...
Mas o da literatura já jazz, já jaz, ja já que vem!
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