sábado, 26 de julho de 2014

Pimenta nos olhos do outro.... é pimenta!


Como é que coloca na mesma frase palavras como juventude, sorriso lindo, tragédia e nunca mais?
Nada é mais definitivo que a morte.
Nada é mais cruel que a certeza do nunca mais.
Nada é mais contagioso que o sofrimento.
E o sofrimento alheio é mais doloroso que própria perda. Porque nos é impotente e incomparável, a dor que pro outro é inevitável, inenarrável, inconsolável e infinita, mesmo que com a brandura do tempo.
Eu, leiga no assunto, penso que perder alguém da família, não parente, que é um pouco diferente; família assim, pai, mãe ou irmão, deve ser como se a luzinha que a gente tem por dentro, daqui pra frente, continuasse a lumiar só com uma fase. Uma luz amarelada da falta de graça da ausência. Deve ser como se o sangue da gente se perdesse no curso das artérias e fosse derramado ali, no chão daquela BR. Ou talvez eu esteja errada. Para mais ou para menos, tomara.
É que eu, que acredito que se colocar no lugar do outro nada tem a ver com auto flagelação e sim com solidariedade, no exercício de me imaginar mãe de um filho que se vai antes, quase não suportei.
Vantagem providencial de se ter mais de um filho... Para querer seguir, ter forças para ir em frente, tentar superar a imobilidade poderosa que é a morte de um rebento, somente a vida de outro.

Mais triste que isso é saber que não foi a primeira, nem a última história triste. Porque morte, por mais irônico e anti semântico que possa parecer, faz parte da vida. 
Que nos seja concedida a força que cada um de nós, no seu devido papel, necessite para entender e aceitar essa perda inesperada e brutal. Que a família "Maé" receba de mim, a doação da minha parte recebida, se a providência assim permitir.

Por considerção e muito carinho!

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