terça-feira, 15 de julho de 2014

Em (des) construção ...

Peço tempo. Só ele me trará a paz que me acalentará. Paz que só virá com o expurgo da escrita. Sonhei já, até, que estava escrevendo. Como um ex fumante que sonha mais um trago. No sonho eu sofria e não podia ser diferente. Porque quando escrevo, sofro. Nenhum parto é completamente indolor. Mas por estar embriagada do trago lancinante que me é a terapia da confissão através das letra, eu sorria. Um sorriso contido, quase cínico, pela natureza do que sinto,mas, ainda assim, um sorriso. Lânguido, sem deixar de ser legítimo. Íntimo, sem deixar de ser ironicamente compartilhado. Neste lugar. Agora. E talvez depois. Outro dia. E outros mais. Esse é um dos poderes de quem escreve. A possibilidade de se fazer perene. De ser vários, posta a condição de ser distintamente interpretada por mais de um leitor. Ou pelo mesmo, outra vez por ele mesmo. E mais outra. Pois o texto é como o rio. Nunca é o mesmo a cada passagem. A cada leito, a cada leitor. A maldição dos tempos modernos, que me faz ser uma professora que quase não lê, como e quanto precisa, por bem e necessidade do ofício, refletiu, dia desses, em um vacilo ortográfico constragedor de quem, hoje, raramente escreve. Produto da falta de prática, falta de descanso, de tempo, de sono. Afinal, quando vierem com a piadinha massante que indaga o que eu faço de meia noite as cinco, responderei: faço degustação de pensamentos catárticos. 

O título poderia ser: Peço tempo e clamo sono, ou Clamor onírico para quem quer escrever, ou Explanações de improviso. Ainda: Produto da madrugada. Preciso de tempo para pensar. Para revisar. Para editar. Mas não tenho.

Um comentário:

Unknown disse...

Degustação de pensamentos catárticos!! hahahahaha!!!

Eu fiz isso aí, mas foi mais cedo!!

Num momento de catarse!!

E apesar de ter certos martírios por erros semânticos de vez em quando, procuro me lembrar que herrar e umano!

E tenho um sono com sonhos!!!

Sempre!!rsrsr