terça-feira, 9 de junho de 2009

Minha palavra de honra, nessas palavras confessas

"Um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E, quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar"


Não me leve tão a sério, assim!

Não que eu não seja sincera; sou até demais! Mas você já deveria saber que meus sentimentos são tão sinceros quanto efêmeros.

Também, não me venha com “não me toques”, nem “pise em ovos” ao falar comigo. E pode relaxar e desfazer essa cara de preocupação que você faz quando digo que estou morrendo de saudades. Não fantasie acreditando que tenho por ti um amor irrestrito. É que sou mesmo assim: Exagerada, inflamada, apaixonada! Apaixonada pela vida, apaixonada por meus desejos, apaixonada pela idéia de me apaixonar, mais uma vez.

Por enquanto, vou exercitando minha capacidade de amar o mundo, através de você. Preciso do concreto para exercitar o abstrato. Preciso de uma imagem. De um rosto para quando precisar pensar em alguém. De inspiração para exorcizar minha escrita. De um número gravado em meu celular para ligar nas madrugadas solitárias em que estou cercada de gente bacana. Minha paixão precisa de uma expressão humana para não cair por terra. Minha esperança precisa de movimento para não cair no ostracismo.

Preciso me permitir. Preciso da sua permissão para usar o que você tem de melhor para mim. Nosso passado, nossa história. Um amor que não caiu doente e definhou até a derradeira. Um amor que morreu são. Por isso, são boas lembranças, as nossas. E por serem nossas, suas e minhas, é que me dou o direito de me apropriar de sentimentos que são atemporais por serem sublimes e belos.

E enquanto isso tudo durar, será eterno e intenso. Assim mesmo, do jeitinho que sou; aos olhos do mundo e aos seus.

Fique tranquilo, devolverei você ileso. Com o corpo bem tratado, o ego acariciado, o coração afagado e a alma em paz. Ficaremos em paz. Uma paz que só vai acabar com a inquietude bem-vinda de uma paixão.

Porque não é por você que estou apaixonada. A paixão é pela vontade. E a vontade é de paixão.

"E eu falei, 'nem pensar'..."
(...)
"Eu fui sincero como não se pode ser."

Por Elga Arantes, 2009.

Ilustração: www.vidabesta.com

6 comentários:

Anônimo disse...

Precisando, estou a disposição!!!!!!!!!!!
Cama, mesa e banho.

Paty disse...

Nossa, Elguita, identificação total... Você sabe, né? Hehehe. Me empresta? Vou usar, tá??? Beijocas mil.

Bel disse...

Adorável ... serás adorada até quando te encaminhas ao erro, ou melhor, até quando a fragilidade te arrebatar e te fizer querer voltar. Ao centro ... bem no meio do círculo ... aquele visceral.
Um beijo,
Saudade ... quero te ver!
Bel.

sblogonoff café disse...

A paixão é engrenagem do movimento. Seja ele qual for? E para onde vai...

Sheyla disse...

Achei essa "paixão" bem explicada. Acho, também, que entendi tanto porque já senti assim.
Bjs.

Ludy disse...

Perfeito!!!!!!!!