sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A "leseira" da lazeira e os livros


Se eu fechar os olhos, ouço o barulho dos ventiladores melodizados por vozes exaltadas de crianças nas salas de aulas e no pátio. Se abrí-los, ensurdeço. Transfiro a capacidade dos meus outros sentidos para o encantamento da visão. Prateleiras, livros, letras, assuntos, nomes. Grandes nomes! Outros, desconhecidos, mas ainda assim, nomes; grandes nomes e nomes grandes. A audição agora é outra, paralela. Posso imaginar ouvir vozes sobrepostas, masculinas, femininas, infantis. Estas, quase sempre de uma menina de seis ou sete anos. Os temas, diversos... técnicos, literários, da ficção à religião; religiosamente fictícios, ou nem tanto. Um conto, vários pontos aumentados, outros descritos numa metáfora subjetivamente oculta. Poesia de quem quer ser percebido por sua sensibilidade singular e a singularidade de quem quer se esconder atrás de um ceticismo e de uma frieza caliente e explicitamente evidente. Evidentemente, que, assim, na minha interpretação. Como no evangelho de Kardec ou no Velho Testamento a interpretação é e/ou foi distinta. Semelhante, mesmo, somente a certeza da versão de cada instituição religiosa. (Se cada uma delas reconhecesse como versão a tal verdade absoluta que a sagrada escritura traz não seria fé, seria?). A prova da atuação eficaz da relatividade está na origem dela própria. A verdade que cada um carrega ou produz de acordo com sua fé? Criação? Cultura? Ambiente social? Contexto histórico? Complexo... Tão complexo que até o relativismo pode ser relativo. E em relação aos livros, ventiladores, biblioteca, visão e audição, sensações, aí, depende...

(... do sono, da fome, do ânimo, da inspiração, da transpiração, da vontade!)

Por Elga Arantes, 2009.

2 comentários:

Anônimo disse...

Porque a fé nos move, não é mesmo? E nos sentimos justificados! Em relação ao que precisamos sentir!

Adorei o texto!

Um bjuu! = ]

Bel disse...

Senti saudades. Sinto ...
De toda tua profundidade que sempre me sussurra entendimentos.

um beijo ... um enorme carinho.

Sininho.