quinta-feira, 11 de setembro de 2008

... e ponto final!

Um ponto de exclamação se apaixona... pelas reticências!

Ela é reticente ao escrever. Gosta de omissões intencionais. Gosta de provocar a fantasia, de desafiar o óbvio.

Ao falar é exclamativa. Brada! Desnuda as intenções transformando-as em idéias expressas. Imperativa, não admite moderação.

Ele, apaixonadamente, grita as palavras que escreve. Exclama a vermelhidão dela.

Mas sua imagem é reticente. É grande, enorme, mesmo. Figura que impõe respeito, algumas vezes, medo. Contudo, sente esse medo, também. É ainda reticente. Procura dentro de si, respostas. Tenta se equilibrar dali de cima.

Ele esbraveja, “Você é minha!!!”. Ela retruca, “Sou do mundo...”.

Ele deseja, “Queria ser seu mundo...”. Ela esclarece: “Meu mundo sou eu!”

Recentemente, escrevem, um, a história do outro.

Ele diz que “Tudo é possível ! ”.

Ela diz que “O possível é tudo... ”.

Por Elga Arantes, 2008.

6 comentários:

Karen disse...

Amei.
Acho que somos bem parecidas com as reticências não é?? As vezes desejo ser um ponto, mas um ponto final. Para depois dele me tornar um parágrafo, uma vírgula e me igualar na exclamação....

bjs

Bel disse...

(...) e as reticências quando formatadas dentro de parênteses abrem ainda mais espaços para as possibilidades infindas que existem nessa e em outras mais vidas.
Adorei o texto... sempre adoro.
Um beijo,
bel

Fernanda Matos disse...

Rsrsrs...
Amei, minha amiga!
...
...
...
...
...
!!!...

Fernanda Matos disse...

Lindo...
Ninguém escreveria melhor!

Fernanda Matos disse...

Oculto e explícito.
Artístico! E sendo assim, é também emocionante.

sblogonoff café disse...

Não sei como você fazem uns textos aparecerem embaixo dos outros depois... (!)

Pra variar, adorei o texto!
E diga-se de passagem, adoro as reticências intencionais. Mas são um perigo, às vezes!!