terça-feira, 19 de agosto de 2008

"Tadiboje"

Poderia ser “TADIBOJE” ou mesmo “VULKS” as palavras para definir o que sinto agora. Poderia, sim. Nenhuma palavra que existe em nosso vocabulário consegue nomear essa espécie de oco no estômago e bigorna nas têmporas que estou sentindo agora.

Decepção, tristeza, raiva, incredulidade, medo, desconsolo, desalento, angústia. Mais alguém, será, já sentiu tudo isso de uma só vez e ficou paralisado tamanha dor que experimentou em determinado momento?

Se a verdade pode magoar às vezes, a mentira, não possivelmente, mas com certeza, fere rasgando como um animal selvagem. Um bicho. Ela prolonga desenganos ao mesmo tempo em que dilacera esperanças. Mas o pior de seus danos é rebaixar moralmente sua vítima. É vexatório! É como se o ludibriado estivesse exposto, contra sua vontade, no centro de um coliseu lotado de pessoas à sua volta que tripudiam de sua ingenuidade. O escarnecido está em um palco, porém, no nível mais baixo daquele circo e os expectadores nas arquibancadas circulares numa posição superiormente mais confortável. Não lhe é oferecido nem o direito à covardia. Não há como fugir.

O autor do prejuízo será incontestavelmente um legítimo egoísta. Alguém comodista. Aquele que trata somente de seus interesses. Que evita embaraços, sempre. Que desvia dos obstáculos, sempre. Que corre das responsabilidades, sempre. Que não coloca a cara para bater... NUNCA!!! Quando somos “sempre” ou não somos “nunca”, negamos nossa humanidade. Há que existir equilíbrio. E este, é o único termo ao qual é permitido o acompanhamento do advérbio sempre. Deveriam ser considerados sinônimos esses dois. Já que o de equilíbrio é justa medida, igualdade de forças, proporção devida, que só serão encontrados naquilo ou naquele que é benevolente, tolerante, bondoso, com seu próximo – a humanidade.

Para não se ter humanidade, prefiro me relacionar com extraterrestes, pelo menos dou uma voltinha de disco voador. Para não se ter equilíbrio, prefiro me envolver com um doente mental, pelo menos eles não respondem pelos seus atos.

Por Elga Arantes, 2008.


9 comentários:

sblogonoff café disse...

Aquela minissérie, Queridos Amigos, que a Globo transmitiu, foi muito interessante. Pelo menos, eu achei.
Citei pela parte em que falam de desapontamentos.
Um dia, quem você ama, quem você confia, vai desapontar você.
E você também desapontará alguém.
A intensidade da dor é que será relativa.
"Deceção, tristeza, raiva,incredulidade, medo, desconsolo, desalento, angústia..." Já senti tudo isso no mesmo refrão.
E se quer saber, foi o tempo quem tratou de tudo mais uma vez. Foi o mesmo tempo que deixou o ser humano maior e nossas misérias pequenas.
O mundo é tão maior que nós, Coração.
Pôxa, vou ter que ir agora, mas voltarei com as frase que não disse ainda... (ou não!)

Beijos, moça!

Karen disse...

É minha querida, infelizmente descobrir uma mentira é bem pior do que saber a verdade de uma vez. Foi exatamente o que eu quis dizer naquele post quando falei sobre a minha sinceridade atual..Tb cansei de mentiras, cansei de joguinhos, cansei de covardia. Relacionar-se com os seres humanos faz com que fiquemos expostas para nos ferirem a qualquer momento. Sei bem o quanto dói, tenho algumas feridas destas que não cicatrizam de jeito algum...

Mas como disse Estrela, o mundo é bem maior que nós e não temos o controle das situações....

cuide do coração ok? E, às favas quem fez isso.

bjs

Elga Arantes disse...

Estou aqui lavando os olhos e tentando escolher as palavras certas para definir a gratidão que sinto por vocês duas. Mas como já disse no próprio texto, tem certos sentimentos que nosso vocabulário não tem exatas palavras. Então falo assim, como reles mortal que agradeço as duas e ao fluido cósmico universal por ter colocado vocês em minha vida de algum jeito.
Desculpem, hoje estou muito triste e não estou conseguindo ser agradável, sabe? Tem sido um tempo "osso". Mas com suas palavras já sinto que já, já, reverto essa situação.
Queria poder marcar com vocês de nos encontrarmos no final do dia em algum boteco...
Mas assim mesmo, sinto-me confortada por contar com vocês da maneira que é possível ser.

Um carinho especial de sincero agradecimento (não é formalidade, é sinceridade mesmo!).

Sheyla disse...

Elga,
Cá estou novamente.
Meus últimos dias foram.
Não os pude viver, mas ainda bem que existe o sobreviver, né?
Em alguns instantes, a respiração foi difícil.
Agora retorno, convencida mais uma vez, que depois de uma sobrevida há a vida.

Fernanda Matos disse...

Estou aqui...Acreditando em vc...

Karen disse...

Acho realmente que tive muita sorte em encontrar vocês. Apesar de estarmos todas sobrevivendo a vida, temos a vibe boa da outra para animar.
Logo logo estou aí pra gente beber..hohohho!

Não precisa agradecer, coração, vc tb é u presente para nós!

Lembrem-se meninas, se eu estou conseguindo VIVER depois de taaaaaanta dor, vcs vão conseguir. Não estou minimizando o problema de vcs, mas pensem, que eu nem posso fazer nada para mudar o fato. Vcs nem imaginam o quanto eu queria poder pegar a Lelê só mais uma vez :(
mas tenho que ficar bem assim né, paciência...

bjs queridas.

Karen disse...

Hoje estou vomitando palavras!
Escrevi um post polêmico, estou criando coragem para postar...enquanto isso fica no rascunho...rssss.

bjs

Anônimo disse...

Decepção, tristeza, raiva, incredulidade, medo, desconsolo, desalento, angústia, oco no estômago, bigorna nas têmporas e a irremediável e covarde mentira são muito pouco ou quase nada perto do simples fato de vc existir. Isso parece muito piegas mas é a mais pura verdade. De hoje até domingo estaremos comemorando sua colação de grau, sua formatura, sua existencia e além de outras coisas, sua vida. Fica feliz pq é bem mais legal. VIVA A ELGA. VIVA A VIDA.

vou deixar como anônimo pra ver se vc descobre quem sou.

Ela disse...

Feliz é quem sabe ser a veracidade, a base de todas as nossas virtudes.
E o bom, e mais leve, é mesmo ser humano.

Voltei pro Blog! Tanto tempo sem postar me deixou afogada em muitos assuntos. Não sei escrever mais nem uma frase! hehe

Beijos,
Luiza