Dia desses, passei creme no pé da mesa.
Senti-me menos inútil que quando o fazia em certos humanos inanimados. Estes, não podiam perceber-me. Aquele outro, era, pelo menos, grato por hidratar sua casca ressecada e repuxada.
Meu corpo quis flutuar tamanha era a paz que, ali, então, experimentava. Teria conseguido, não fosse o peso das toneladas que passou a pesar meu coração depois de esvaziar-se completamente.
Um ou outro sempre a obstar.
Mas sempre e sempre, a culpa é dele. Do pé da mesa.
Por Elga Arantes, 2008.
5 comentários:
quem será o pé-da-mesa...
tenho dó do infeliz!
nuh!
Impressionante como tem gente que tem talento para se fazer estar obstando! E não é que um ou outro quase que se eterniza?!
Deus me livre! Deus nos livre, Elga! rs
Anônimo,
Acho que você é sempre o/a mesmo/a, não? Não faça isso, morro de curiosidade, não deu pra perceber como sou ainda? Se bem que como anômimo, podendo ser qualquer um/a, pode ser que você saiba disso melhor que ninguém!!!
Ô defeitozinho que me incomoda, viu!
Sobre os estorvos se eternizarem, ainda bem que inventaram o "quase", não é? Ele quase se eterniza, a curiosidade quase mata...
Beijos. Só na Patrícia. O anônimo tá de castigo.
Não somos os mesmos...
Ah!!!
Mas esse último anônimo acho que sei quem é.
Acho que já te reconheço pela resposta, pelos horários pela frequência (na verdade pela infrequência)e pelas reticências.
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