quarta-feira, 16 de julho de 2008

Lado Um: Obstando para se fazer estar.

Dia desses, passei creme no pé da mesa.

Senti-me menos inútil que quando o fazia em certos humanos inanimados. Estes, não podiam perceber-me. Aquele outro, era, pelo menos, grato por hidratar sua casca ressecada e repuxada.

Meu corpo quis flutuar tamanha era a paz que, ali, então, experimentava. Teria conseguido, não fosse o peso das toneladas que passou a pesar meu coração depois de esvaziar-se completamente.

Um ou outro sempre a obstar.

Mas sempre e sempre, a culpa é dele. Do pé da mesa.

Por Elga Arantes, 2008.

5 comentários:

Anônimo disse...

quem será o pé-da-mesa...
tenho dó do infeliz!
nuh!

Patrícia Ferraz disse...

Impressionante como tem gente que tem talento para se fazer estar obstando! E não é que um ou outro quase que se eterniza?!
Deus me livre! Deus nos livre, Elga! rs

Elga Arantes disse...

Anônimo,

Acho que você é sempre o/a mesmo/a, não? Não faça isso, morro de curiosidade, não deu pra perceber como sou ainda? Se bem que como anômimo, podendo ser qualquer um/a, pode ser que você saiba disso melhor que ninguém!!!
Ô defeitozinho que me incomoda, viu!

Sobre os estorvos se eternizarem, ainda bem que inventaram o "quase", não é? Ele quase se eterniza, a curiosidade quase mata...

Beijos. Só na Patrícia. O anônimo tá de castigo.

Anônimo disse...

Não somos os mesmos...

Elga Arantes disse...

Ah!!!
Mas esse último anônimo acho que sei quem é.
Acho que já te reconheço pela resposta, pelos horários pela frequência (na verdade pela infrequência)e pelas reticências.