sexta-feira, 25 de julho de 2008

Compor sem torpor.


A gente não compõe pessoas.
Deveríamos seguir sem tentar compor as pessoas.
Seguir sem compor.
Seguir, sem, com e por...
Sem, com, e por pessoas.

A gente sobrevive SEM elas, convive COM elas, vive POR elas.
Choramos SEM elas, dormimos COM elas, bebemos POR elas.
Alivia-se SEM elas, decepciona-se COM elas, desiste-se POR elas.
Sentimos SEM elas, sentimos COM elas, sentimos POR elas.

Estaremos sempre sentindo.
Até mesmo quando nada sentimos, sentimos nada.
E esse sentimento de inanidade pode ser tudo. Porque depois de coisa nenhuma sempre virá alguma coisa. Se assim não fosse, não saberíamos definir a ausência.

E só é assim porque as pessoas não têm fim e quando morrem são eternas.

Por isso pare de tentar compor pessoas e volte a compor pensamentos.

Volte a escrever.

Escreva. Não pare de tentar. Não tente parar.

Volte a escrever.

Escrever!

Crer e ver.

Crer é ver.

E quem vê, cria. Quem cria, tem. Quem tem, é.

Ser, é ter.
... na mente...

É ter, na mente.

Eternamente.

Pessoas são eternas!

Por Elga Arantes, 2008.


5 comentários:

sblogonoff café disse...

Tudo está em tudo não é?!
Gostei de suas composições sem decompor. Fragmentar para reconstruir. Repartir para montar outros quebra-cabeças.
E sobretudo, encontrar no fim da bricolagem a luz da eternidade.
Preposições para construção!
Adorei o post!

Karen disse...

Amei o post querida...
Foi feito para mim né? rssss
Perfeito, perfeito. Vc definiu maravilhosamente o meu estado de espírito neste momento.

bjs

Elga Arantes disse...

Não posso negar que escrevi pensando muito em vc, na sua história, no seu sentimento pela Valentina...

Foi parte da inspiração, sim.

A outra parte é segredo. Mas te contaria se fosse pessoalmente, certamente, rs.

Beijos.

Fernanda Matos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernanda Matos disse...

Pessoas são sentimentos vividos...
Que deixam marcas e escrevem histórias...
Por isso lemos e escrevemos posts...cartas...livros...
Me desculpe Karen...
Mas acho que a inspiração...foi Maria José...agora menos...