quinta-feira, 24 de abril de 2008

Intencionalidade para o espontâneo


Sem passado,
Sem futuro,
E de olhos fechados.
Para que seja entre duas pessoas que nunca se viram;
ou se olharam, se desejando,
ou se beijaram, estremecendo,
estremeceram, se “desejando”,
se tocaram, sem lembrar quem eram,
quem foram e o que seriam depois daquilo
(porque sempre somos outra pessoa depois...)
Sem a possibilidade do futuro reencontro,
Nem a certeza do definitivo adeus.
Porque o definitivo pede mais uma chance
Quando o adeus não teve certeza...
Sem crise, sem lembrar quem são,
Se embolaram, se embriagaram,
De álcool, de algo mais que algo.
De cheiro, perfume, saliva, suor,
Lembranças do que poderia ter sido,
Saudades do que não foram...
... e jogaram para sempre o passado para fora daquele carro (?).
E o hoje se lançou, desvencilhado das paginas amarelas,
O cheiro do mofo que dá agora lugar ao que eles escolhessem.
E sempre, sempre, seria agora uma escolha deles,
Só deles, sem palpite das convenções
ou as pressões do lugar comum.
Poderá ser prazer,nada, família, carinho, saudade,
Vaidade, amor, luxúria, desejo, dor, posse, alegria,
Amizade, necessidade, paixão, medo, nostalgia,dependência, consolo, espera, falta de coragem, teste,
Vício, coragem, indecisão, querer, escolha, dúvida.
Sem passado,
Sem futuro,
Mas se escolherem,
Futuramente o passado poderá ser presente!
Se escolherem.
E se não escolherem?
Será somente "doce"...

Por Elga Arantes, 2008


2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Gustavo, né...
Que adianta a sorte do seu amor se ele é também tão cego!
Quer saber? Cegueira nada, BURRICE.
Quer saber mais, sua também.
Cega e burra.